Epic Games lança loja de apps e quer alcançar 100 milhões de celulare
A Epic Games lançará uma nova loja de aplicativos para dispositivos móveis Android e IOS nesta sexta-feira, após quatro anos de disputas legais com a Apple e a Alphabet, empresa controladora do Google. A criadora do Fortnite tem como estratégia usar um maketplace próprio para a distribuição de seus jogos.
O CEO Tim Sweeney espera que as versões móveis dos populares jogos Fortnite, Rocket League e Fall Guys atraiam jogadores em smartphones android ao redor do mundo e em produtos iOS na União Europeia. Até o final do ano, a empresa pretende alcançar 100 milhões de novas instalações em dispositivos móveis, que são responsáveis por metade dos US$ 188 bilhões gerados pelo mercado de games.
Em uma coletiva de imprensa, Sweeney destacou os principais desafios para alcançar essa meta, incluindo um processo de instalação em dispositivos iOS que, segundo ele, foi projetado para desencorajar os usuários.
“Depois que você passa pelos 15 terríveis passos para colocar a loja no seu dispositivo, ela funciona muito bem”, disse ele sobre o processo enfrentado pelos usuários.
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A Epic Games gastou “centenas de milhões de dólares” em batalhas contra a Apple e o Google devido às práticas de suas lojas de aplicativos, afirmou Sweeney. As gigantes da tecnologia cobram das empresas uma taxa de até 30% sobre as vendas e dificultam o acesso dos consumidores a aplicativos de lojas alternativas. Sweeney disse que “vale a pena pagar pela liberdade”, acrescentando que “toda a indústria de games está em um estado reprimido comparado ao que seria se houvesse concorrência livre e aberta entre as lojas”.
A Epic pode ter perdido até US$ 1 bilhão em receita após a remoção do Fortnite da App Store da Apple, disse Sweeney — uma medida tomada pela fabricante do iPhone quando a Epic tentou contornar a taxa de 30% com sua própria loja em 2020. A Epic ganhou um caso de concorrência desleal contra o Google, mas perdeu em grande parte seu desafio contra a Apple. A empresa de games cobrará uma taxa de 12% nas transações móveis que processar, assim como faz em sua loja atual para PCs e Macs.
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Recentes movimentações regulatórias na União Europeia estão abrindo o mercado de lojas de aplicativos. Mas em conversas com outras empresas de games, o chefe da loja da Epic Games, Steve Allison, disse que as empresas que oferecem seus aplicativos fora do universo da Apple estão preocupadas com o que chamam de “fricção” — etapas complicadas para concluir uma transação — citando recentes medidas da companhia.
“Estamos confiantes de que, com o tempo, conseguiremos erradicar essas barreiras”, disse Allison, “mas não sabemos se isso vai levar dois meses, dois anos ou mais”.
O segmento móvel havia sido o de crescimento mais rápido no setor de games, mas os downloads em todo o mundo caíram 6% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, alcançando o menor nível desde antes da pandemia de Covid-19, segundo um relatório de agosto da SensorTower.
Apesar dos ventos contrários, os desenvolvedores de games estão interessados em evitar as taxas da Apple e do Google com lojas alternativas. A Microsoft está criando sua própria loja móvel baseada na web, que oferecerá descontos em itens comprados em jogos como Candy Crush. A Epic também está trabalhando com lojas de aplicativos móveis de terceiros, como a AltStore, para lançar jogos em dispositivos móveis.
A Epic atrairá jogadores móveis com uma lista rotativa de jogos gratuitos, que já oferece na Epic Games Store. Sweeney afirmou que a empresa não planeja adotar um modelo de assinatura para seus jogos.
“Não precisamos do Game Pass”, disse ele, referindo-se ao serviço da Microsoft. “Não precisamos que as pessoas nos paguem. Estamos felizes em atrair os usuários e transformá-los em clientes de longo prazo.”
Oferecer jogos gratuitos é uma maneira mais barata de adquirir usuários do que por meio de anúncios nas redes sociais e resulta em um aumento nas vendas de jogos dos desenvolvedores, disse Sweeney.
Em dezembro, a Epic Games Store dará boas-vindas a desenvolvedores de jogos de terceiros. No início de 2025, a empresa espera permitir que usuários de iOS e Android acessem as ferramentas de autopublicação da Epic.
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