Para estimular consumo doméstico, China mira na ‘economia grisalh
Reagindo após registrar o pior ritmo de crescimento econômico em cinco trimestres, a China apresentou neste fim de semana um plano para incentivar o avanço do consumo doméstico.
No sábado (3), o Conselho de Estado chinês divulgou, no site do governo central, uma lista com 20 pontos prioritários para reverter a demanda doméstica fraca. Vários deles giram em torno do que o governo chamou de “desenvolver com vigor a economia grisalha”, voltada à terceira idade.
Isso inclui a promoção do “desenvolvimento de indústrias de cuidados com idosos inteligentes e saudáveis”, “melhorar o nível de adaptação das residências para idosos” e “aumentar a quantidade de trens de turismo ‘grisalhos’”, além de transformar os carros de trens para serem mais confortáveis e inclusivos para pessoas mais velhas, aprimorar as rotas de turismo e a oferta de serviços.
A renovação de áreas residenciais degradadas e a expansão de instituições de cuidados para idosos também está nos planos, nesse último caso, buscando espaços vagos para as novas construções.
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Estímulos para outras áreas
As autoridades também buscarão ampliar a oferta de serviços de cuidados na primeira infância, como creches e maiores deduções de impostos para gastos com esse público.
Diversos pontos ainda envolvem a economia digital, e incluem o fomento de lojas de varejo sem atendentes, armários para retirada autônoma, serviços médicos online, educação remota e apoiar o desenvolvimento de esportes eletrônicos, da indústria cultural digital, como literatura e cinema, e do comércio eletrônico ao vivo.
A economia verde também foi incluída no novo plano, que cita a necessidade de aprimorar os padrões de serviços verdes e com baixa pegada de carbono, tanto pela inovação tecnológica quanto pela oferta de estímulos às empresas do setor.
Sob o quadro anunciado no sábado, o governo aumentaria o apoio financeiro para pequenas e microempresas elegíveis no setor de serviços.
Pequim também planeja incentivar o desenvolvimento de novas áreas de turismo de lazer, incluindo navios de cruzeiro, camping, iatismo e “voos em baixa altitude”.
As autoridades intensificarão o apoio de crédito às áreas-chave do consumo de serviços e aumentarão o fornecimento de produtos financeiros que atendam às necessidades de desenvolvimento dos novos formatos de consumo, como a economia compartilhada, de acordo com o comunicado.
Há ainda estratégias que envolvem a infraestrutura do país. O documento do governo chinês fala em melhoras calçadas e áreas peatonais e em acelerar a construção de espaços de convivência públicos nas cidades a 15 minutos de distância da população e expandir as redes nacionais de comércio e consumo, aumentando a oferta de serviços nas áreas rurais.
Por fim, a China também determinou melhorias na supervisão dos serviços de consumo, combatendo a propaganda enganosa e fraudes e criando uma base de dados com informações sobre a reputação das empresas.
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Desaceleração econômica
O Partido Comunista da China, em julho, prometeu tornar o estímulo ao consumo uma maior prioridade política, em um plenário que acontece a cada dois anos sobre reformas de longo prazo.
O crescimento econômico do país desacelerou inesperadamente para o pior ritmo em cinco trimestres em dados divulgados em julho, à medida que o gasto do consumidor vacilante prejudicava um boom nas exportações. Isso desencadeou apelos para que os formuladores de políticas liberassem apoio do governo para ajudar Pequim a atingir sua meta de crescimento anual de cerca de 5% para 2024.
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